Caim e Abel
– Jeffrey Archer

caim-e-abel-2Uma criança pobre nasceu em 18 de abril de 1906 em uma floresta de Slonim, na Polônia. Foi encontrada por um garoto ao lado da mãe morta, em consequência do parto. Socorrida por uma família, extremamente pobre, que possuía seis filhos terminou sendo tratada como filho do casal, Jasio Koskiewicz e Helena, que moravam em uma cabana nas terras do poderoso Barão Rosnovski.

Apesar das dificuldades financeiras dos pais adotivos, o franzino Wladeck Koskiewicz foi bem cuidado inclusive por Florentyna, sua irmã adotiva.

Ida para o castelo

Certo dia, tiveram uma grande surpresa: o Barão Rosnovski, patrão de Jasio, se interessou por conhecer o garoto, atraído pela fama de sua inteligência.

Após o encontro, o Barão o convidou a frequentar seu castelo para fazer companhia ao seu filho, Leon, e ajudá-lo nos estudos.

A aceitação do convite foi condicionada, por Wladeck, à companhia de sua irmã, Florentyna, que passou a frequentar outros ambientes no castelo.

A convivência pacífica com Leon permitiu maior aproveitamento do aprendizado de Wladeck, devido à disponibilidade dos capacitados professores que frequentavam o castelo.

Invasão russa

As forças revolucionárias, ao adentrarem no castelo durante a invasão russa na Polônia provocaram a morte de Leon e as prisões de Wladeck e do Barão, na masmorra do castelo, juntamente com alguns serviçais.

O sofrimento pela perda da liberdade, do poder e do filho Leon deprimiu o Barão e estreitou as relações com Wladeck, que lhe dedicou carinhosa atenção.

Os dias se passaram e, por força do acaso, diante do insuportável calor existente no cubículo que habitavam, Wladeck tirou a camisa e o Barão percebeu que o garoto, assim como ele, apresentava o mesmo sinal de nascença.

De pronto o reconheceu com seu filho e decidiu lhe passar, antes de sua morte, uma grossa pulseira de prata símbolo da família Rosnovski.

Depois de aprisionado pelos russos e alemães, durante a primeira guerra mundial, Wladeck fugiu da Sibéria em um trem. Durante o processo de fuga terminou sendo salvo da espada de um carrasco turco. Graças à pulseira recebida do pai, foi identificado por um dos presentes, com membro da importante família e terminou sendo poupado.

Nova York como destino

Com a ajuda de Pawel Zaleski, da embaixada da Polônia, em Constantinopla, embarcou em um navio com destino a Nova York. Durante a viagem conheceu o amigo George e a namorada Zaphia.

Ao desembarcar nos Estados Unidos, devido à dificuldade de comunicação, um policial americano da imigração resolveu trocar o nome de Wladeck para Abel Rosnovski.

Abel trabalhou como ajudante de açougueiro e em restaurante de hotel.

Casou-se com Zaphia, teve uma filha e pôs o nome de Flotentyna, em homenagem à sua irmã.

Destacou-se no que fazia, e foi convidado para trabalhar como subgerente na rede de Hotéis Richmond, do empresário Davis Leroy cuja única filha, Malanice Leroy, se interessou pelo imigrante.

Coincidência

No mesmo dia que Wladeck (Abel) nasceu na Polônia, Ane Kane casada com Roberts tradicional banqueiro americano, deu a luz ao filho William Lawelle Kane (Caim) em uma maternidade na cidade de Boston.

Após o nascimento do filho, o banqueiro Roberts se preocupou em planejar seu futuro e telegrafou para o diretor do respeitado Colégio St. Paul´s School para reservar uma vaga, para o filho, no colégio.

Após a morte do banqueiro, sua esposa Ane casou-se com o jogador Henry Osborne que lhe prometeu negócios fictícios e terminou por lhe roubar a herança de quinhentos mil dólares. Caim mandou investigar Osborne e descobrindo suas falcatruas.

Disputa pelo poder

Como diretor do banco do pai, e conhecedor teórico dos negócios financeiros, Caim, ainda jovem, foi submetido a uma disputa interna até se tronar presidente da instituição, cujo pai havia sido seu maior acionista.

A presença de um amigo de colégio no banco enfraqueceu Caim perante o conselho da instituição, devido à aparente falta de interesse e seu estilo de vida.

A crise de 1929

caim-e-abel-7A dificuldade financeira da rede de Hotéis Richmond provocada pela crise de 1929, época em que se encontrava em ativa expansão nos Estados Unidos, terminou com o endurecimento do crédito, necessário a continuidade do projeto de expansão. O banco resolveu negar apoio ao empresário Davis Leroy e este cometeu suicídio.

Abel tornou-se proprietário da rede de hotéis, disposto a vinga-se da morte do amigo Davis Leroy.

Influente na política foi grande colaborador de governos. Juntou-se a Henry Osborne, ex-marido da mãe de Caim, para destruir aquele que imaginou ter sido o mentor da ruína do seu amigo Davis.

Relacionamento indesejado

A história fica mais intrigante quando o filho de Caim se apaixona por Florentyna, filha de Abel. De um lado, Caim torce pela separação do casal e do outro, com a ajuda de George, seu fiel escudeiro, Abel usa de chantagem na tentativa de trazer de volta a filha para perto dos seus negócios.

O casal resolve mudar-se de cidade para não ser importunado e, anos depois, Florentyna abre uma cadeia de lojas com o seu nome.

Ao inaugurar uma das Lojas Florentyna, Caim e Abel se encontram e uma revelação foi feita.

Conclui-se que o ódio foi inútil, equivocado e carente de fundamento.

A saga de sessenta e cinco anos das vidas de Abel Rosnovski e William Kane é contada de forma extraordinária. Os capítulos alternam as histórias dos personagens até o momento que os interesses se conflitam.

Daí em diante, a emoção, que já abarca o início do texto, cresce como um duelo de titãs.

O enredo e a forma prende o leitor até a conclusão da história.

Recomendadíssima a leitura!

Jeffrey Archer

jeffrey-archer-2Ex-vice-presidente do Partido Conservador britânico e membro da Câmara dos Lordes, é aclamado como um dos mais talentosos escritores. Possui mais de 30 livros publicados, entre eles A filha pródiga e O quarto poder.

 

 

Referência bibliográfica

caim-e-abel-4
Caim & Abel /Jeffrey Archer – tradução de José Antônio Arantes. – Rio de Janeiro: Sextante, 2008.
Tradução de: Kane & Abel
409p.
ISBN 978-85-99296-31-8
1. Ficção inglesa. I. Arantes, José Antonio. II. Título.
(R)

10 comentários

  1. um dos melhores livros que ja li sendo que li todos de paulo coelho e nehum chega nem aos pes desse
    brilhante!

  2. Concordo, o livro é espetacular!
    Os Estados Unidos aparece, sutilmente, como a terra das oportunidades e do patriotismo.
    Mostra, também, que o trabalho e a percepção do momento adequado para mudança são fundamentais para o sucesso das pessoas.
    Por fim, ensina que antes de se contrapor a idéias e pessoas devem-se excluir os preconceitos.

  3. Um dos melhores não, talvez o melhor livro que já li, e estou ansioso pra ler a continuação: A Filha Prodiga …. JEffrey Archer é um genio da literatura Inglesa.

  4. Foi o melhor livro que já li,detesto repetir livros ou filmes, mas este, tenho que abrir uma exceção, ele é maravilhoso!!!!!!!!!

  5. É realmente um livro espetacular, daqueles q marcam. Já indiquei pra tanta gente e sigo com ele no topo de minhas preferências.
    Edinalva

  6. “Caim e Abel” é um livro exemplar como modelo de escrita estruturada na perspectiva do romance tradicional.
    Tem “começo, meio e fim”, dois personagens principais com densidade psicológica plena e um enredo eletrizante, além de um argumento, uma mensagem e uma moral realistas que levam o leitor a refletir sobre políticas, países, guerras, impérios, sistemas, pessoas, destinos, o que o projeta para além do mero romance de entretenimento.
    É denso, compacto como narrativa, nada lhe excede, nada lhe falta.
    É impossível lê-lo sem nele reconhecer a mestria de um grande narrador.
    Consta que o autor o reescreveu onze vezes, até considerá-lo concluído.
    Está entre os livros que selecionei entre os meus preferidos, porque representa aquilo que considero vital, hoje, na literatura: que ela seja algo além de uma escrita para outros escritores, além de um texto para iniciados, um artefato longe do mundo, a exemplo de uma certa poesia e prosa feitas apenas para poetas e letrados, algo que a esta altura já me enfara.
    Jefrey Archer decidiu realizar o esforço de não deixar que o leitor abandone o livro até consumir a última página, principalmente se a razão para o abandono for o tédio.
    A cada parágrafo, desde o primeiro capítulo, o autor engendra situações e episódios que param a respiração, na verdade segue esse princípio desde a primeira linha. E é arrasador.

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