A Revolução dos Bichos
– George Orwell

revolucao-dos-bichos-3O livro faz críticas à Revolução Russa, à sociedade europeia e às castas dominantes inglesas.

Questiona sobre a forma, conveniente, da imprensa tangenciar os julgamentos ao regime.

O autor, de forma inusitada, retrata fatos discordantes das ideologias políticas que vigiam na Europa.

O texto diverte e possibilita o aprofundamento para o entendimento do comportamento social.

George Orwell faz uma analogia entre líderes da Revolução Russa e o comportamento dos porcos da Granja dos Bichos.

A granja com cenário

revolucao-dos-bichos-4Major, um porco que tinha percepção dos motivos que o mantinha vivo, conscientizou os animais da Granja Solar para a necessidade de uma rebelião e implantação de uma revolução que transformasse a sociedade animal, cujos valores decorriam do tratamento equânime.

Major morre, mas, o conceito de poder usufruir o que produz ficou enraizado durante as reuniões que antecederam à Revolução.

Alguns animais se dedicaram, além do que faziam quando eram subordinados ao antigo dono da Granja Solar, enquanto outros, apesar de participarem do movimento, não tiveram a mesma consciência e disposição.

Os animais Napoleão e Bola de Neve tinham conceitos diferentes.

O primeiro achava que deveriam se armar e defender a granja e o segundo defendia estimular reações parecidas em outras granjas, na busca de um mundo socialmente mais justo.

Napoleão expulsou Bola de Neve, exerceu o poder com mãos-de-ferro e implantou notícias infundadas a respeito do antigo companheiro, para justificar a sua decisão.

Com o passar do tempo, tanto o processo produtivo como o de consumo da Granja tornou-se muito parecido com o que acontecia anteriormente.

Quando se questionava sobre os mandamentos que nortearam a Revolução, Garganta, o porta-voz de Napoleão, usava o fato de saber ler e demovia os animais trabalhadores de qualquer reação, dando novas interpretações aos mandamentos.

Privilégios dos regimes políticos

Entre os animais, os porcos assumiram privilégios e com o passar do tempo as prerrogativas foram aumentando até usufruírem de conforto e segurança, diferente dos demais animais.

Essa situação contrariava os mandamentos que deveriam ser seguidos por todos. É certo que os porcos não produziam um só quilo de alimento e demonstravam muito apetite. Quanto aos demais animais trabalhavam e não desfrutavam de nenhum conforto.

A decepção aconteceu quando foi percebido que os líderes se transformam em uma casta dominante, postura parecida com os humanos. Era impossível distinguir quem era homem e quem era porco.

Os mandamentos que serviram para doutrinar os animais foram, aos poucos, distorcidos e a sociedade que lutou por ideais revolucionários ficou desiludida.

A postura como simbologia

Para simbolizar o exercício inadequado do poder, após a existência da revolução, o autor radicaliza e apresenta os animais, líderes da Revolução dos Bichos, caminhando em duas pernas, contrariando um dos sete mandamentos da Revolução: “Qualquer coisa que ande sobre duas pernas é inimigo.”

O cavalo

O livro, escrito em 1943, foi criado quando o autor percebeu uma criança de dez anos comandando um imponente cavalo. Cada vez que o animal tentava se desviar do caminho o garoto o chicoteava.

Ao perceber aquela situação imaginou se o animal tomasse consciência da sua força física não teriam o mesmo poder sobre ele, deixando-se explorar pelo garoto a exemplo da opressão exercida pelas classes mais favorecidas em relação aos proletariados.

Trata-se de uma análise da teoria de Karl Marx, de forma independente, criativa e inusitada.

É um texto que apesar de ter sido escrito há mais de cinquenta anos se mostra atual.

Chama a atenção da sociedade para as distorções dos regimes políticos, especialmente os totalitários.

Recomendo a leitura!

George Orwell (Eric Arthur Blair)

george-orwell-2Nasceu em Motihari na Índia, no ano de 1903.

Completou seus estudos na Universidade de Eton.

Aos 19 anos entra para a Polícia Imperial Britânica.

Passou muitos anos entre a Índia e a Birmânia.

Revolta-se com o imperialismo inglês.

Considera seu passado vergonhoso, e por isso muda seu nome.

Seu nome verdadeiro é Eric Arthur Blair.

Trabalha como operário de fábrica em Paris e depois como professor primário em Londres.

Assim, sente pela primeira vez a opressão da classe trabalhadora e passa a escrever neste contexto.

Participa da Guerra Civil Espanhola, em 1936, lutando ao lado do P.O.U.M. (Partido Obrero de Unificación Marxista).

George Orwell era a favor das classes sociais baixas e se decepcionou com os Partidos Comunistas da época, fiéis aos ditames de Moscou.

Era um anti-stalinista, não pelo socialismo, mas contra todo o tipo de totalitarismo.

Escreveu “Na pior em Paris e Londres”, “A flor da Inglaterra”, “Dias na Birmânia”, “O caminho para Wigan Pier”, 1984, A Revolução dos Bichos, entre outros títulos.

Referência bibliográfica

Orwell, George, 1903 – 1950
A revolução dos bichos: um conto de fadas / George Orwell; tradução Heitor Aquino Ferreira; posfácio Christopher Hitchens. – São Paulo: Companhia das Letras, 2007.
147p.
Título original: Animal farm : afairy story
INBN 978-85-359-0955-5
1. Ficção inglesa. I. Hitchens, Christipher – II. Título.
(R)

Um comentário

  1. Este livro é mesmo sensacional Eduardo. Escrevi sobre ele e postei em meu blog no dia 18/03/2010. Eric Arthur Blair construiu um belo libelo em favor da liberdade e contra toda forma de opressão! Boa noite, grande abraço 🙂

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