Um garoto rico, egoísta, covarde e ciumento, nascido no Afeganistão, arranja um amigo fiel que lhe serve de companheiro e se faz presente nas horas mais difíceis.
A covardia e insegurança, de Amir, certamente provocada pela ausência do bem sucedido pai e da falta da mãe, que não chegou a conhecer, estimulavam a agressividade praticada por outros garotos que viviam em Cabul.
Estratificação social
Quando Amir era agredido Hassan, que figurava como seu empregado, se colocava em defesa e os garotos, apesar de próximos, tiveram experiências e sentimentos muito e singulares.
Enquanto Amir demonstrava fragilidade, apesar de compartilhar da respeitada casta pashtun, Hassan tinha motivos, de sobra, para se sentir inseguro por pertencer à etnia hazara, discriminada no Afeganistão.
Hassan passou por algumas situações humilhantes devido ao excesso de dedicação à Amir, principalmente, quando se opunha às provocações do grupo liderado pelo garoto Assef, o qual alimentava ódio pelos hazaras.
Guerra e migração
Apesar de filhos do mesmo pai, com mães diferentes, Amir tentava entender as suas maldades e Hassan atuava com vigor e desembaraço em defesa do irmão, até que problemas políticos, ocorridos no Afeganistão, separaram os dois personagens.
O rico migrou para os Estados Unidos e o pobre permaneceu em Cabul entregue às mazelas de um país invadido por forças russas e também submetido ao fundamentalismo religioso do talibã.
Nos Estados Unidos, anos depois de casar-se com a compreensiva Soraya, o médico Amir recebeu um telefonema de Rahim Khan, amigo do seu falecido pai, que se encontrava doente no Paquistão.
Decidiu partir ao seu encontro e de lá para o Afeganistão, após tomar conhecimento da tragédia sucedida com Hassan e tentar entender parte sua própria história.
Lá chegando, após as dificuldades encontradas no trajeto, encontrou um país destruído e quase não consegue reconhecê-lo.
Inércia em vez ação
Agredido e perseguido por ter abandonado o país, após ser informado por Rahim que Hassan era seu irmão, imagina poder corrigir erros do passado, a exemplo do ocorrido com a traição feita no dia do campeonato de pipas, quando Hassan foi estuprado por Assef e ele se omitiu.
O romance possuir ingredientes que atrai o leitor, sublimando aspectos da personalidade humana e distorce à identificação cultural norte-americana, como uma das raras oportunidades para o alcance da felicidade.
O livro fala da invasão russa, do regime talibã, mas, omite o envolvimento político dos Estados Unidos na região.
Independente da tendência política e cultural a narrativa traz reflexões sobre os conflitos da psique.
Neste aspecto, atinge o objetivo.
Khaled Hosseini
Médico nascido em Cabul capital do Afeganistão, com naturalização estadunidense.
Sua mãe era professora e o seu pai trabalhou no Ministério do Exterior afegão.
Em 1976 mudou-se com a família para Paris por conta do emprego do seu pai.
Enquanto estavam em Paris, os comunistas assumiram o poder.
Formou-se em medicina na Universidade da Califórnia em San Diego, Estados Unidos.
Escreveu além do Caçador de Pipas, A Cidade do Sol e O Silêncio das Montanhas.
Referência bibliográfica
O caçador de pipas: romance / Khaled Hosseini; Tradução de Maria Helena Rouanet. – Rio de Janeiro. – Nova Fronteira, 2005.
Tradução de: The kite runner.
368p.:
ISBN: 85-209-1767-4
1. Amizade – Ficção. 2. Cabul (Afeganistão) – Ficção. Romance afegão. I. Rouanet, Maria Helena. II Título.
(R)
É um livro brilhante, digno de leitura e que, diferente da manioria dos best-selers, possui um grande valor literário.
Caro Ivaldo,
Grato pelo comentário.
Um abraço
Gostei muito do livro e, por isso não quis ver o filme. Achei que em pouco mais de uma hora não fariam um bom filme.